Não sei trazer Lisboa no meu peito
Feito de outras memórias, outros sonhos
De espaço e de luz de um tempo desfeito,
E sons que me duram, belos, medonhos.
Já não resta, em mim, céu para gaivotas.
Olho o meu coração: nele não vejo
Colinas, mas a luxúria de rotas
Onde se perderia o rio Tejo.
Corre-me um sangue desenraizado.
O meu passado vai passando mais.
E eu, que lhe sinto o cheiro na pele,
Sou agora uma espécie de exilado
Que se desprendeu de um mundo, no cais,
Mas sem nunca chegar a sair dele.
terça-feira, 5 de maio de 2009
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