segunda-feira, 27 de abril de 2009

ler

uma pele é o limite da consciência,
como outra pele envolve o corpo:
e nada se pode conhecer para lá do finito
da pele da consciência.

a não ser quando se lê:

porque a leitura
é a mais solitária crítica da solidão,
é a crítica da pele interna,
como o vértice de um vidro
pode ser a crítica da pele do corpo.

a não ser quando se lê,
porque ler é largar-se de si,
inexistir como si
e existir como intensa flutuação
na música silenciosa do sentido

a não ser quando se lê:

porque ler
é praticar em si
a saída de si mesmo

porque ler é praticar
em si mesmo
a viagem nos outros

Sem comentários:

Enviar um comentário