num sismo em verso, inverso em tudo
a todos os sismos inclusos no conjunto natural
de todos os sismos,
num sismo inverso
que é, digamos, um glorioso e benéfico acidente,
digamos: um desastre criador,
num sismo que não extingue mundos,
antes instiga mundos antes extintos,
opera-se a verdade da concertação, hoje, destes seres
cujo concerto,
na sua verdade, só ao passado pertence:
e tremeluz a luz
reflectida sobre os copos de vinho tinto
e soam gritos e estilhaços de riso.
e ocorre uma levitação colectiva,
como de um grupo de santos embriagados:
e o mundo extinto, que nem na memória existia já,
revém quase, quase
quase
quase...
persiste,
porém,
uma derradeira película,
uma última resistência do tempo:
talvez não reavamos o passado:
mas, em todo o caso, certo é que levitamos em grupo,
como um grupo de santos.
terça-feira, 21 de abril de 2009
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