poesia:
insónia, sinfonia
da orquestra nervosa de células vivas e mortais.
poesia:
álcool cafeína
destrambelhamento
desejo de abismo
cio e asma
um lado triste
e o ruído do roer
de vermes que trocaram o corpo do morto herodes
pelo corpo respirante do poeta.
poesia:
os sentidos agoniados
mas nunca agonizantes
os lobos a uivar aos ouvidos
o excesso de medicação
o azar e a fé negativa;
e de todas estas coisas irrompe, por acidente, a perfeição;
raramente; por vezes, só:
mas que vale a própria perfeição
se toda a perfeição é quebrável
e mesmo o absoluto tem patas de bicho
se até os sonhos de juventude do poeta
ganharam tanta celulite?
mas tem de se recomeçar sempre,
entre o grotesco e o sublime:
tem de se recomeçar uma vez mais
sábado, 9 de maio de 2009
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