Odeio os dias bonitos por fora,
superfícies em que o sol se reflecte
e a tristeza dir-se-ia que se inflecte,
como a carne que o lume aos poucos doura.
Como se nesses dias não houvesse
o mau-cheiro de uns sapatos imundos
(são os meus próprios sapatos, parece!);
como se não fosse o melhor dos mundos
possíveis (e se é, que esperança se vê?).
Há saudades, como juros de mora
e coisas que apodrecem: e tudo é
um choro por dentro, mas que se ignora:
maldita a dislexia que treslê
os sinais de um dia belo por fora.
domingo, 14 de março de 2010
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