Sou o Buda silencioso, imenso:
No meu ventre liso, rotundo e lento
Se contrai e se concentra, suspenso,
Tudo o que seja vida e movimento.
Nada se move: eis a sabedoria:
Perder tempo, ver escoar-se o momento,
Fixar na inacção a sábia via
Para o absoluto esvaziamento.
Sei que uma vez passado o tempo, fica
Ainda e sempre o arrependimento:
A saudade de quanto se podia.
Sei que passado tudo ainda pica
O pior e mais infernal tormento.
Mas sou Buda: e esta é a minha via.
domingo, 7 de março de 2010
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