terça-feira, 6 de abril de 2010

NUNCA SER DAQUI

Regresso à errância, meu único país, que
Só por erro
Cri ter trocado por outra raiz:
Minha raiz é essa.

Pertenço à errância:
Sou de não ser de parte nenhuma,
Minha origem é não ser de nada,
E aí retorno, por fim:
Minha terra, minha pátria, minha raiz é o
Esquecimento caminhante de tudo
Aquilo que julguei inesquecível.

Nada é inesquecível.

Torno a arrumar as malas que já não tenho.
(As malas: essa derradeira ilusão
De fixidez e pertença,
Invólucro de
Peúgas, cuecas e memórias que se liquefazem).

Não sou ainda daqui.
A isso pertenço:
Seja onde for,
Nunca ser ainda daqui.

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