quinta-feira, 16 de julho de 2009

limite

nenhuma luz de nenhuma frase,
nenhum pouco desse sentido que as palavras emitem
perfura mais longe do que o terceiro degrau da mente:

não há já palavras nem frases no quarto degrau,
não sobrevivem aí plantas verbalinas;
muito menos no quinto degrau
ou do quinto degrau abaixo,
aí para onde nem freud ou nietzche ou vasco da gama,
no dia cada um deles em que fugiu de casa,
foram capazes de querer sequer olhar.

(esses nunca desceram mais do que aonde chega o elevador...)

e o sétimo degrau é já a respiração do mal,
a obscura tensão que apavora os adamastores
e onde nada perdura,

onde há só o mais cego, silencioso
e inumano
dos animais:

onde há só o homem.






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