não sei em que coordenadas, na imensidade
da nossa relação, deixei, meu filho,
de te ver. sinto agora, às vezes, um reflexo
de ti, mas nem sempre; ou oiço
uma música como tu, e penso: é ele.
mas não és.
não és:
e estes ecos não acordam
o meu universo de súbito apagado.
em certas coordenadas da nossa proximidade,
meu filho, a proximidade partiu-se
em duas coisas:
uma proximidade que tenho agora comigo mesmo,
como se viesse asfixiar-me,
sozinho, vazia,
e teres descido de mim embora,
como se nada mais do que isto: teres-te ido embora.
oiço às vezes uma raiva,
mas não há já tu dentro dela,
oiço às vezes um riso,
mas não há tu dentro.
oiço a saudade. mas dentro dela
tu não estás. só eu só.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
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