entra na loja,
e todo o seu entrar é um expressivo risco.
pressinto o zzztiiin de um olhar espadachim contra o meu,
e o meu olhar é-me arrancado das mãos ao primeiro golpe.
sinto (sinto com pele do meu pensamento) a sua saia, que se encolhe e engelha
ao mover das pernas longas dela,
de ave pernalta.
vejo-lhe o perfume, como se tivesse uma forma.
entre ela e mim nada senão nada:
este subtil e sublime nada que se chama desejo,
esta oculta alma bravia capaz de trair tudo e todos
para seguir uma mulher sem nome,
e que não sabe o meu nome, nem precisa de o saber
para me nomear
e chamar
na tonalidade total
do seu mero entrar na loja.
terça-feira, 15 de março de 2011
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